Do D24am
Manaus - A Confederação Nacional dos Municípios (CNM) divulgou um
estudo apontando que sete municípios do Amazonas têm apenas dois candidatos
a prefeito e que um município do Estado tem dez candidatos. Segundo analistas
políticos, as crises políticas e o fim do financiamento de campanha por
empresas, previsto na minirreforma eleitoral, podem ser o principal fator para
as poucas opções de candidatos em algumas cidades.
Os municípios do Amazonas em que
apenas dois candidatos disputam os votos dos eleitores são Amaturá, Canutama,
Careiro da Várzea, Fonte Boa, Jutaí, Lábrea e Nhamundá. O município de São
Gabriel da Cachoeira é o que tem o maior número de candidatos pleiteando a
gestão municipal. Ao todo são dez. Manaus tem nove candidatos a prefeito neste
ano.
O Amazonas é o 23º Estado com o
maior número de municípios onde há apenas dois candidatos à prefeitura. O
primeiro do ranking é o Estado de Minas Gerais, com 418 municípios onde há dois
candidatos, seguido do Rio Grande do Sul, com 293 municípios, e em terceiro
lugar está o Estado de São Paulo, com 224 municípios. Em último lugar no
ranking de 26 Estados, está Roraima, com apenas um município onde o embate é
apenas entre dois
candidatos.
O sociólogo Luiz Antonio Oliveira
explica que muitos municípios, como Lábrea, passaram por crises políticas, nos
últimos anos, e isso é um fator. Segundo ele, outras cidades estão com
prefeitos consolidados, como no município de Canutama, onde, de acordo como
sociólogo, tem sido feito um bom trabalho administrativo.
Outro fator relevante é a questão
financeira. De acordo com o sociólogo, com o advento das novas regras da
eleição deste ano, o financiamento de campanha está restrito à pessoa física e
isso enfraqueceu alguns partidos. “São forças políticas e econômicas que estão
fazendo dessa eleição a mais difícil para os candidatos do interior”, disse
Luiz Antônio, ao ressaltar que a densidade eleitoral de alguns municípios faz
com que deputados estaduais deixem de apoiar candidatos à prefeitura em alguns
municípios de menor expressão política. “Antes, os deputados apoiavam prefeitos
e vereadores, hoje só os municípios com mais eleitores estão contando com esse
apoio”, completou.
Para o cientista político Marcelo
Seráfico, a quantidade não tem relação com a qualidade. Segundo ele, os
municípios que têm apenas dois candidatos podem ser ‘brindados’ com duas
pessoas engajadas em melhorias e causas sociais. “Não se pode dizer se é bom ou
ruim para os eleitores. Isso vai se refletir em quem são os candidatos. Há
municípios com muitos candidatos que são da mesma escola política e, por outro
lado, há municípios que têm apenas dois ou três candidatos que são ativos na
sociedade, engajados em causas sociais melhorando a vida daquela cidade”,
afirmou.
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