No dia
16 de setembro de 2014, os telejornais mostraram um deputado sendo jogado numa
caçamba de lixo por manifestantes na Ucrânia.
Isso ocorreu com o
deputado de oposição “Vitaly Zhuravsky, um ex-membro do partido do presidente
deposto Viktor Yanukovich,” antes de uma sessão no Parlamento ucraniano que
aprovou um acordo entre a Ucrânia e a União Europeia e leis que davam
tratamento especial a regiões controladas pelos separatistas, segundo descrição
no sítio do G1 na internet, não ficou claro o motivo exato de tanta revolta.
Metaforicamente,
nas conversas de boteco, entre amigos, colegas de trabalho, o brasileiro tem um
desprezo aos políticos similar ao dado ao lixo. Mas ainda não tiveram situações
literais como a ocorrida no país europeu.
Daqui por diante,
os nossos representantes devem tomar cuidado de não se aproximarem de nenhum
movimento popular onde existam as tais caçambas por perto, pois com o humor que
a população anda e, pelo gosto com que se copiam as iniciativas alheias, não
terão coletores suficientes.
Venho reiterando
que os nossos parlamentares, executivos e gestores em geral deveriam utilizar
uma linguagem, senão condizente, ao menos que se aproxime da realidade vivida.
No campo da saúde
nada pode ser mais grave do que uma pessoa morrer num chão de hospital, sem
socorro. Essa cena de tão repetida já nem choca mais a ninguém.
Na área da segurança pública, autoridades e formadores de opinião governistas costumam linchar os manifestantes por conta de algumas vidraças de banco quebradas, mas, até agora continuam voando agências inteiras pelos ares.
Na área da segurança pública, autoridades e formadores de opinião governistas costumam linchar os manifestantes por conta de algumas vidraças de banco quebradas, mas, até agora continuam voando agências inteiras pelos ares.
Responde-se com
maquiagem de números e sonegação das quantias levadas. São as únicas
iniciativas. O resultado é não haver mais lugar para se sacar uma mísera
quantia depois das 20 horas. Os caixas 24 horas estão sumindo. Os ladrões e os
roubos aumentando.
Assim, o ensino
piorou em quase vinte estados, as estradas vão de mal a pior, somem as verbas
para a construção de casas para vítimas de enchentes, os pichadores detonam as
cidades por inteiro, as mordomias dos políticos continuam, temos os deputados
mais caros do mundo.
Com tudo isso,
quando a pessoa tem paciência para assistir a alguns minutos de horário
eleitoral, só se ouve os candidatos à reeleição falar que nunca antes houve
administrações melhores do que as atuais.
Não faltam recados
de que a população está totalmente divorciada da classe política em geral, sem
distinguir nem as boas exceções.
As constantes
ocupações de prédios desocupados e de terrenos com queima de ônibus são provas
incontestes de que passou da hora de nossos políticos tornarem a linguagem
compatível com a realidade. Se não fizerem por bem, serão forçados a fazer e,
neste momento, talvez torçam para serem apenas jogados numa caçamba de lixo.
Afinal, se
mantiverem essa linguagem em descompasso com os fatos e às evidências é porque
acham a população idiota ou sem discernimento e pagarão caro por isso.
Pedro Cardoso da Costa – Interlagos/SP para o JV
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